O cromo é um mineral-traço essencial que participa ativamente do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Nos últimos anos, este mineral tem sido destaque de estudos nas alterações séricas da glicemia de jejum e lipidograma, em diabéticos e também na área esportiva.
As pesquisas mostram que este mineral age sob a forma de um complexo orgânico de baixo peso molecular denominado fator de tolerância à glicose (GTF), formado por Cr3+, ácido nicotínico, glicina, cisteína e ácido glutâmico. De acordo com Galser e cols, o estudo desse complexo teve início em 1929, quando se conseguiu isolar o GTF em leveduras. Novos estudos surgiram em 1957, quando se afirmou a existência deste complexo em humanos e ainda se definiu o Cr3+ como o componente ativo do mesmo. Posteriormente, em 1959, postulou-se sobre a necessidade da ingestão de cromo para a manutenção da tolerância normal à glicose em mamíferos, fato que desencadeou o início de pesquisas referentes à relação do cromo com o metabolismo glicídico. Na década de 1960, o papel do cromo em animais foi bem estabelecido a partir de estudos com ratos, camundongos e macacos. Já a importância do cromo na sensibilidade à insulina em humanos foi ressaltada a partir de 1977, por meio de observações em pacientes diabéticos submetidos à nutrição parenteral (isenta de cromo) por longo tempo, nos quais se constatava um agravamento do estado metabólico. Sobre a descrição dos mecanismos pelos quais o cromo age, se propôs que esse mineral aumenta a fluidez da membrana celular para facilitar a ligação da insulina com seu receptor e que o GTF funciona como um carreador de cromo para proteínas celulares deficientes neste último. Mais recentemente, o cromo foi caracterizado como componente participante do mecanismo de amplificação da sinalização celular de insulina, ou seja, um fator colaborador do aumento da sensibilidade de receptores insulínicos na membrana plasmática.
De acordo com estudos de Lukaski, publicadas no Am J Clin Nutr em 2000, sinais de deficiência marginal de cromo observados em roedores incluíram diminuição da tolerância à glicose e aumento das concentrações plasmáticas de insulina, colesterol e triglicerídeos. Além disso, em nossa rotina de investigação clínica e nutricional, observou-se que a maioria dos pacientes com queixas de baixa energia, ávidos por doces e com intolerância à glicose de jejum, apresentam igualmente baixas concentrações séricas dos níveis de cromo.
Lamentavelmente a biodisponibilidade do cromo em geral é baixa, apresentando valores que não ultrapassam 3%, e essa porcentagem de absorção parece ser inversamente proporcional à quantidade de cromo na dieta. Vários fatores interferem na absorção do cromo, dos quais se ressaltam como inibidores, o fitato (fibras brutas), como depletores, o excesso de produtos refinados (açúcares e trigo) e, como estimuladores, destacam-se os aminoácidos e a vitamina C. Dentre as fontes alimentares de cromo destacam-se oleaginosas, aspargo, cogumelo, ameixa, cereais integrais, carnes, vísceras, leguminosas e vegetais. A ingestão diária e segura de cromo em adultos está estimada entre 50 e 200mcg/dia e, apesar de ser considerado um elemento essencial, não existe uma ingestão dietética recomendada (RDA) específica para esta substância tão importante no perfeito funcionamento orgânico.
Portanto, a manutenção de níveis adequados de cromo é essencial à boa saúde, bem como auxiliar no tratamento curativo ou preventivo de todas as alterações bioquímicas ligadas ao mecanismo da glicose, seja através de suplementos e/ou da dieta. Escolher uma alimentação saudável, rotativa, que favoreça os cereais integrais, além de frutas e vegetais frescos também fará a diferença em sua qualidade de vida. Não hesite em começar hoje mesmo a busca pelo seu equilíbrio.