SUPER RÁDIO FM 89,9MHZ – AOS DOMINGOS 11:00H e com  reprise 22:00H – TEXTO (na íntegra) apresentado em 17 de Junho de 2007.

Os ácidos graxos (AG) ômega 3 são classificados como gorduras essenciais, ou seja, o organismo necessita delas porque não tem a capacidade de sintetizá-las. A melhor fonte natural são os peixes de águas frias ou a linhaça. Por sinal, os peixes mais ricos em ômega 3 são o salmão, a cavala, o atum, o arenque, a tainha e a sardinha. Estudos recentes revelaram que a incidência de hipertensão arterial pode ser reduzida com as dietas ricas em AG Omega 3 ou a suplementação do importante componente dietético. Um estudo publicado online na revista Hypertension do JAHA de Junho de 2007, descreveu um achado no Estudo Internacional de Macro e Micronutrientes e Hipertensão Arterial, de que as pessoas que consomem maiores quantidades de AG Omega 3 têm níveis de pressão arterial inferiores às que consomem menores quantidades. O estudo incluiu diversos fatores do estilo de vida e sua repercussão na pressão arterial (PA) em 4.680 homens e mulheres entre 40 e 59 anos, residentes no Japão, China, Estados Unidos e Reino Unido. Juntamente com a medidas de PA, foram preenchidos questionários pelos participantes em quatro ocasiões. Os dados referentes à dieta foram analisados quanto ao teor de Omega 3 de alimentos diversos, incluindo peixes, nozes, sementes e óleos vegetais. A ingestão diária de Omega 3 foi de 2 gramas. Os participantes com maior percentagem de Omega 3 no balanço calórico diário apresentaram taxas pressóricas de 0.6 mm de Hg inferiores aos participantes com menor consumo diário. Por sinal, uma pesquisa anterior tinha determinado que um decréscimo de 3 mm de Hg reduz a média da mortalidade por derrames cerebrais em 6% e de ataques cardíacos em 4%. A ingestão mais elevada de Omega 3 em 2.238 participantes que não faziam uso de medicamentos, suplementos ou dietas especiais para hipertensão arterial (HA), doenças cardíacas ou diabetes produziam uma queda de 1.0 mm de Hg nas medidas de PA, tanto sistólica como diastólica. Para os participantes do grupo que ainda não tinham desenvolvido HA, a ingestão aumentada de Omega 3 foi associada a uma redução dos níveis pressóricos de 0,9 mm

Hg, tanto sistólica como diastólica. É interessante notar que os AG Omega 3 exerciam efeito mais intenso em pessoas que ainda não usavam medicamentos e não tinham desenvolvido HA, conforme o autor do estudo, Hirotsugu Ueshima, da Universidade japonesa de Shiga. Em relação a HA, a contagem de mm é relevante. O efeito de cada nutriente e aparentemente pequeno mas independente, de modo que juntos podem acrescentar um efeito importante sobre a PA. Se é possível reduzir alguns mm de Hg pela redução do sódio, também a perda de alguns quilos, da redução de bebidas de alto teor alcoólico, aumento da ingestão de verduras, consumo de grãos integrais e frutas pelo seu teor de fibras, minerais e proteínas vegetais, além do Omega 3, pode haver uma grande diferença. Estudos baseados no conhecido estudo de Framingham evidenciaram que uma pessoa de 55 anos que tem a pressão normal tem o risco de desenvolver HA no futuro, e esta está associada a lesões nos olhos, coração, cérebro e rins. Por hoje é só.

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