EFEITO PROTETOR DO CÁLCIO E MAGNÉSIO NO CÂNCER DE MAMA

O 101º Annual Meeting da American Association for Cancer Research realizado em Washington, DC em 18 de Abril de 2010, teve como tema o efeito protetor de vitaminas e cálcio sobre o câncer mamário. Os pesquisadores Jaime Matta e cols da Faculdade de Medicina de Porto Rico compararam 268 mulheres portadoras de câncer da mama com 457 outras mulheres tomadas como controle. A capacidade de reparo do DNA, um fator fundamental na proteção contra o câncer, é um processo biológico que compreende mais de 200 proteínas, o qual, uma vez violado, aumenta o risco de câncer, e foi medido nos leucócitos ou glóbulos brancos de todas as participantes. As mulheres que tinham câncer da mama tinham as seguintes características: eram mais velhas, tinham maior freqüência de história familiar de câncer mamário, amamentaram com menor freqüência os filhos e exibiam menor capacidade de reparo do DNA. A pesquisa revelou ainda que as participantes que faziam uso de suplementos vitamínicos exibiram um risco 30% menor de câncer mamário do que as outras sem o hábito de suplementação vitamínica, e ainda, as que usavam suplementos de cálcio também revelaram um risco 40% menor de desenvolver o câncer. É importante lembrar, afirma o Dr. Matta, que não se trata de um efeito imediato, e que a ingestão de um polivitamínico hoje não reduzirá amanhã o risco de ter um câncer mamário, mas claramente se constata um efeito protetor com o uso prolongado desses produtos. Foi possível constatar que o hábito da suplementação de vitaminas e cálcio esteve estreitamente relacionado com a maior capacidade de reparo de DNA. Por falar nisso, a pesquisa da capacidade de reparo do DNA mostrou que a suplementação do cálcio provavelmente exerce a sua proteção contra o câncer mamário ativando o reparo do DNA, um processo que envolve pelo menos 5 vias bioquímicas independentes que são necessárias para manter a estabilidade do genoma. Uma vez o código genético não reparado, pode ocorrer uma mutação capaz de induzir o câncer. Vale lembrar, que a água fluoretada das cidades brasileiras pode prejudicar o sistema de reparo do DNA, por alteração do metabolismo do cálcio e do magnésio do corpo, rompimento das ligações de hidrogênio do DNA, e pode produzir alguns tipos de câncer, a saber da tiróide, ossos, boca, fígado e bexiga. Daí a recomendação de uso de água mineral para o preparo dos alimentos, visto que o flúor passa nos filtros convencionais. Outro ponto importante a considerar é a necessidade do cálcio ser sempre acompanhado do magnésio – antagonista e regulador fisiológico do cálcio. Tal regulação torna-se mais crítica após os 60 anos, fase da vida em que há baixa absorção do cálcio com o magnésio e é necessária uma regulação mais precisa, que merece uma prescrição personalizada. Quanto ao efeito protetor das vitaminas contra o câncer mamário, parece ser um fator independente do cálcio no tocante ao reparo do DNA. Voltando às vitaminas e minerais, devem sempre ser prescritas de forma personalizada, segundo a história e dados bioquímicos de cada paciente. Segundo os autores do estudo essas medidas podem ser úteis para a prevenção de um milhão de cânceres mamários diagnosticados anualmente. A Clínica Nutricional em seu programa faz o diagnostico de carências vitamínicas e minerais em laboratório associado e propõe correções do estilo de vida capazes de melhorar a qualidade e expectativa de vida. Por hoje é só.

Dr. Arnoldo Velloso

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