Parece unânime entre os apreciadores do corpo saudável e “sarado” que na estação do verão tudo fica mais fácil. Seguir uma dieta ou até mesmo praticar exercícios parece mais agradável e estimulante neste período, se comparada a outras estações.
O verão no Brasil é associado, quase sempre, a férias e a maioria da população migra para o litoral, em busca das belas praias. E, sendo o litoral mais propício para oferecer peixes frescos, é, portanto, uma excelente oportunidade para deixar de lado a carne vermelha (bovina, suína, caprina), e passar a adotar uma alimentação mais leve, conforme sugere a Dieta do Mediterrâneo.
A dieta do Mediterrâneo foi descrita pelo especialista em nutrição humana, Dr. Walter Willet, da Universidade de Harvard, em 1990. Este aconselha seguir um padrão dietético que consiste em consumo diário de cereais integrais (não refinados) sob forma de pão integral, arroz integral, aveia, lentilhas, etc., vegetais em geral (legumes e saladas) crus ou a vapor, regados a muito azeite de oliva extra virgem (sua principal fonte de gordura). Variedade de lacticínios magros ( queijos e iogurte natural), abundante consumo de peixes, ocasionalmente aves e pouca ou nenhuma carne vermelha. Boa variedade de oleaginosas (nozes e castanhas em geral). Doces em proporção limitada. E ainda recomenda o vinho tinto seco (1-2 copos por refeição) para ser consumido durante todo o ano.
As propriedades nutritivas da dieta do Mediterrâneo são inquestionáveis. Começando pelo vinho tinto, que é rico em um agente antioxidante e cardio-protetor, chamado resveratrol. Vários estudos metabólicos indicaram que o resveratrol prolonga a longevidade, protege contra a possibilidade de câncer (em animais experimentais), diminui o acúmulo de colesterol em placas arteriais e é um poderoso aliado contra a possibilidade de moléstias mentais degenerativas como a Doença de Alzheimer. Estudos publicados em importantes revistas médicas como New England Journal of Medicine e o British Medical Journal, em 2008, confirmaram que a Dieta Mediterrânea promove perda de peso comparável a dietas pobres em carboidratos, ao fim de dois anos de observação. Os estudos ainda indicaram que o uso cotidiano dessa dieta reduziu o risco de morte por câncer bem como de doença coronariana. Mais importante ainda, houve redução significativa da prevalência de Doença de Parkinson (movimentos incoordenados e involuntários dos membros, com tremor digital) e da Doença de Alzheimer, com progressiva deterioração das faculdades mentais. Mais recentemente, os mesmos pesquisadores ingleses demonstraram que os componentes da Dieta do Mediterrâneo estavam associados à menor índice de mortalidade. Outras pesquisas indicaram que essa dieta induz um risco menor de casos de diabetes e de depósito de gordura no fígado (esteatose hepática), tão comum nos obesos masculinos.
Outra situação percebida com a chegada do verão é que os exercícios ao ar livre são muito mais estimulantes! Caminhar ou correr a beira-mar é muito mais confortável se comparado aos espaços disponíveis nos grandes centros urbanos, cheios de calçadas, com poucas árvores, onde o vento parece ter desaparecido em meio a tanto cimento. E, para os que brigam com a balança, mais uma confirmação: a prática regular de atividades físicas ajuda a diminuir o peso não apenas por proporcionar gasto calórico – ela também reduz o apetite, pois libera as endorfinas. A confirmação é do estudo realizado pelos pesquisadores Eduardo Ropelle e José Barreto, ligados à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além de que na época do verão naturalmente sentimos menos fome e sim mais sede! Então aproveite, exercite-se diariamente, evite o sol somente nas horas impróprias e beba muita água de coco ou crie sucos bem coloridos para alegrar ainda mais esta estão tão agradável. Bom verão para todos!