Um artigo publicado no número de junho do American Journal of Clinical Nutrition descreveu um estudo clínico que abrangeu idosos de ambos os sexos e verificou a redução nos marcadores de estresse oxidativo e de inflamação no organismo nos participantes que receberam a suplementação de zinco. O estresse oxidativo, ou seja, aquele produzido por radicais livres, e a inflamação crônica são fatores de risco para a aterosclerose, e a deficiência de zinco têm sido observada em uma série de outras patologias, por exemplo, a artrite reumatóide, o diabetes e neoplasias, em que há ataques de radicais livres e a presença de inflamação. Segundo os autores do estudo, foi observado que em indivíduos idosos, em comparação com adultos jovens, o aumento da concentração de subprodutos de lipoperoxidação, ou seja, da ação dos radicais livres sobre as gorduras do plasma sanguíneo e moléculas de aderência no endotélio, indicando sinais de degeneração da parede interna das artérias. Justamente o zinco foi escolhido por ter uma função protetora contra a aterosclerose, em função das suas propriedades antiinflamatórias e antioxidantes. Em um estudo duplo-cego, 40 homens e mulheres sadios entre as idades de 56 e 83 anos foram randomizados para receber 45 mg de gliconato de zinco ou placebo durante um período de 6 meses. Os parâmetros de proteína C reativa, interleucina 6 e outros marcadores de inflamação foram medidos antes e depois do tratamento,assim como o dialdeido malonico e hidroxialquenais, que são os indicadores da peroxidação lipídica, ou seja, ataque dos radicais livres às gorduras do sangue. Por sinal, as concentrações de Zn foram mais altas no grupo que recebeu o suplemento enquanto o grupo que recebeu o placebo manteve um nível relativamente baixo e estável até o fim do estudo. A capacidade antioxidante do plasma se mostrou mais intensa, sendo que o dialdeido malonico e os hidroxialquenais se mostraram mais baixos no grupo que recebeu o Zn ao cabo de 6 meses. Além disso, a PCR e a interleucina -6, indicadores de inflamação, se revelaram mais reduzidos também nos participantes que receberam o Zn durante os seis meses indicando a redução da lipoperoxidação. Segundo os autores, esse é o primeiro estudo que mostra a capacidade da suplementação do Zn produzir uma regulação para baixo dos níveis da PCR em humanos. Aliás, outra experiência em cultura de células, também o Zn foi capaz de reduzir os indicadores de inflamação e da peroxidação lipídica, assim como baixou a ativação do temível fator nuclear de transcrição kappa beta, que está envolvido na iniciação e no desenvolvimento da aterosclerose. Resumindo, o estudo apontou que o Zn aumentou o poder antioxidante e diminuiu a proteína C reativa, as citoquinas inflamatórias, as moléculas de aderência no endotélio e os marcadores de estresse oxidativo em indivíduos idosos após 6 meses de uso. A Clínica Nutricional, após o exame da deficiência de minerais e vitaminas, em laboratório associado, prescreve, de rotina, a suplementação desses nutrientes, além da orientação e correção dos hábitos alimentares. Por hoje, é só.
Dr. Arnoldo Velloso

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