A.G. das Hemácias  – bons indicadores da saúde cardiovascular

Um artigo do British Journal of Nutrition de 9 de Junho passado, publicado online, relatou a conclusão de um estudo de pesquisadores da Coréia do Sul,  mostrando que os AG das hemácias podem se tornar um melhor indicador de riscos de doença cardíacas do que os fatores de Framingham. Através do escore de Framingham, iniciado em 1948, foi demonstrado a importância de alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e cerebrovascular, utilizando dados e registros variáveis simples, tanto  clínicos como  laboratoriais.
O Escore de Framingham permite definir e estratificar o risco cardiovascular como probabilidade de uma pessoa desenvolver um evento coronariano maior em 10 anos, como por exemplo, um infarto. Como se sabe, os escores de risco de Framingham são calculados pela informação dos níveis dos seguintes dados: idade, sexo, tabagismo, colesterol total, colesterol HDL, história de diabetes e presença de hipertensão. Considera-se que o escore  individual de Framingham  tem 70 a 80 % de precisão para as doenças coronárias mas falha em não registrar fatores de risco recentemente reconhecidos capazes de melhorar o valor do diagnóstico de previsão. Os pesquisadores da Universidade de Hanyang de Seoul, compararam 50 indivíduos, masculinos e femininos, com o diagnóstico de infarto miocárdico agudo não fatal, com 50 indivíduos controles da mesma faixa etária e sexo, não portadores desse evento cardíaco. No presente estudo, as hemácias foram analisadas quanto aos níveis dos  AG trans (que são ácidos artificiais nocivos presentes nos óleos vegetais parcialmente hidrogenados) e os AG  EPA e DHA, considerados benéficos, próprios ao organismo,  encontrados em certos alimentos, sobretudo peixes como sardinha, atum, salmão e cavala e em algas que alimentam esses  peixes. O índice de AG Omega 3, que representa a soma do EPA e DHA presente nas hemácias, estava significativamente mais baixo  nos pacientes com diagnóstico de infarto em comparação com os indivíduos controles, ao passo que os níveis de ácidos graxos trans se mostraram bem elevados. Por sinal,  os indivíduos com níveis de Omega 3 mais  elevados em um terço ou 30 % do grupo evidenciaram um  risco 92 % menor de ataque cardíaco do que  aqueles portadores de níveis mais baixos arrolados em um terço ou 30 % dos integrantes do estudo. De outro lado, os participantes portadores dos maiores níveis de AG trans listados em um terço do grupo apresentaram um risco de 72.67 % de infarto em comparação com os indivíduos listados no terço  com  os níveis mais baixos. Os autores observaram que os AG Omega 3  estão associados com menor viscosidade sanguinea e têm propriedades antiinflamatórias, antitrombóticas, antiarrítmicas, redutoras dos lipídios e vasodilatadoras. De outro lado, os AG trans estão associados com o aumento de risco das doenças coronárias. Conforme ressaltam os autores, o nível dos conhecimentos atuais revela que  o presente estudo é o primeiro a demonstrar que  o perfil do AGs das hemácias  pode permitir a discriminação entre os infartos agudos do miocárdio e os controles. Além disso, o perfil dos AGs pode permitir  uma melhora significativa em relação ao aspecto discriminatório do escore convencional, evidenciando que o perfil de AG das hemácias é mais revelador do que o tradicional de Framingham na identificação de pacientes  com diagnóstico de IAM não fatal , embora a avaliação de prognóstico e um estudo mais amplo ainda sejam necessários. Por hoje é só e até o próximo programa.

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