SUPER RÁDIO FM 89,9MHZ – AOS DOMINGOS 11:00H e com reprise 22:00H – TEXTO (na íntegra) apresentado em 24 de fevereiro de 2008.

Dois estudos publicados no Jornal da AMA Archives of Ophtalmology, em Julho de 2006, revelaram a redução do risco de desenvolver a degeneração macular senil (DMS) pelo aumento do consumo de alimentos ricos nos ácidos graxos (AG) Omega 3, à base de peixe. A DMS ocorre quando a área da retina (denominada macula) começa a degenerar, induzindo a perda visual até a ponto de completa cegueira em muitos indivíduos. Há a hipótese de que alguns dos fatores de risco de doença cardiovascular poderem contribuir para o desenvolvimento da degeneração macular senil (DMS). Em um dos estudos, Brian Chua e cols., do Instituto de Pesquisa de Visão de Sidney, Austrália, utilizaram os dados de 3.554 homens e mulheres a partir de 49 anos entre 1992 e 1994. Os questionários preenchidos por 2.895 participantes no início do estudo davam plena informação sobre o consumo de AG na dieta. Dentre aqueles que apresentaram os questionários totais sobre os dados dietéticos havia 132 casos incipientes e 22 avançados de DMS. Vale lembrar que exames olftalmológicos foram efetuados no registro inicial e após 5 anos para detectar a DMS. Os participantes que constituíam o grupo com maior consumo de AG Omega 3 apresentavam uma incidência 59% menor de degeneração macular senil (DMS) em comparação com o grupo do dos participantes com a menor ingestão de AG Omega 3. O consumo de peixe uma vez por semana no cardápio foi associado a uma redução semelhante na DMS precoce, ao passo que o consumo três vezes por semana resultou em uma redução de 75 % na forma tardia da DMS. A pesquisa em foco não mostrou nenhuma correlação de outros ácidos graxos, como os PUFA, com a DMS. Segundo o autor, o presente estudo é o primeiro a mostrar a correlação longitudinal entre a ingestão dietética de gorduras Omega e a incidência de DMS em uma amostra populacional de faixa etária alta. Em um segundo estudo, Johanna M.Seddon, de Boston, Massachusetts, avaliou a DMS em gêmeos registrados na NAS (National Academy of Sciences) e NRN (National Research Council), como Veteranos da II Guerra Mundial. Importantes itens demográficos foram avaliados em entrevistas telefônicas, incluindo hábitos alimentares, uso do fumo, e estado geral de saúde, concluindo que 220 dos participantes eram portadores de DMS em grau intermediário ou avançado. A condição continuada de fumante estava associada com um risco de 1.9 vezes de desenvolver a DMS. Já os ex-fumantes estavam correlacionados a um risco ligeiramente menor, de 1.7 vezes de sofrer a DMS em comparação com aqueles que jamais foram fumantes. Em 25% dos homens com maior consumo de Omega 3, evidenciou-se um risco 45 % menor em comparação com ingestão de 2 X por semana, que reduziu o risco de DMS em 36% em comparação com o grupo de consumo inferior a < que 1 X no cardápio semanal. Os autores concluem que no estudo do grupo de gêmeos 1/3 dos casos podem ser atribuídos ao vício do fumo e 1/5 dos casos pode ser prevenido com o aumento de peixe e AG Omega 3 na dieta. É ponto pacífico que a DMS é uma doença ocular peculiar às pessoas idosas, e como o fumo é um hábito que pode ser abandonado e os hábitos alimentares modificados, uma considerável fração dessa degeneração ocular com perda da visão pode ser prevenida com a mudança dos hábitos de vida. A Clínica Nutricional tem uma ampla experiência no uso de suplementos como o Omega 3, cuja carência no organismo é investigada em laboratório associado. Por hoje é só.

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