Nos números de Fevereiro e Março de 2009, do jornal Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention, foram relatados estudos de irmãs sadias de pacientes de câncer mamário, por sinal denominados Sister Studies, que evidenciaram uma associação benéfica do uso de um suplemento multivitamínico e o comprimento do telômero, descrito como um marcador do envelhecimento celular, já comentado em programas anteriores.

Um estudo japonês de 1991 já tinha apontado que suplementos de vitamina C tinham a propriedade de reduzir o encurtamento do telômero em 30% e aumentar a longevidade de animais de laboratório, uma confirmação do trabalho seminal de Linus Pauling em relação às propriedades da vitamina C e a longevidade. Como se sabe, os telômeros são sequências repetidas de DNA que revestem as pontas dos cromossomos e que vão encurtando na medida em que as células envelhecem. No estudo em pauta, novos achados do Sister Study se referem ao impacto no estilo de vida sobre o comprimento do telômero. A pesquisadora Christine Park e cols, do National Institute of Environmental Health Sciences, um departamento do National Institute of Health, avaliaram os efeitos do estresse sobre o comprimento do telômero em 645 participantes no Sister Study. As medidas do telômero em amostras de DNA no sangue (leucócitos) foram efetuadas, conjuntamente com as análises de hormônios do estresse na urina de 24 horas. Também a pesquisa envolveu o preenchimento de questionários informativos sobre o nível de estresse individual sofrido pelas participantes. Em geral, as mulheres integrantes do estudo relataram níveis moderados de estresse. Todavia, aquelas que reportaram um estresse acima da média apresentaram um discreto encurtamento do telômero, sendo que a diferença de comprimento era mais marcante quando se correlacionava o nível de estresse percebido e o comprimento do telômero com níveis elevados de adrenalina, hormônio do estresse analisado na urina. E fato interessante é que o nível de encurtamento era equivalente ou maior do que a medida obtida em pacientes obesas, fumantes ou 10 anos mais velhas, que obviamente devem ter maior encurtamento do telômero. Já no outro estudo, no número de Março da revista os efeitos do índice de massa corporal, tanto atual como passado, também foram examinados e as participantes do Sister Study, portadoras de sobrepeso ou obesidade antes ou durante a terceira década apresentaram telômeros mais curtos comparados com aquelas que se tornaram obesas em uma faixa etária mais avançada. Segundo Sangmi Kim, autor do segundo estudo, os dados sugerem que a duração da obesidade pode ser mais importante do que o aumento de peso propriamente dito, e embora outras medidas de sobrepeso e obesidade sejam também importantes, conclui que a obesidade acelera o processo de envelhecimento. Segundo o Professor Dale Sandler, chefe do Setor de Epidemiologia do mesmo instituto e pesquisador chefe dos estudos, foi obtido um acervo de informações sobre os fatores ambientais e genéticos que podem levar ao câncer mamário e também dados sobre o estresse, os hábitos alimentares e exercícios que podem influir sobre os riscos de câncer e outras doenças. Juntos os dois estudos reforçam a necessidade de adotar ainda jovem um estilo de vida saudável e mantê-lo. E segundo a Prof. Linda Bimbaum, diretora do Instituto de Ciências de Saúde Ambiental, esses estudos constituem um incentivo a mudar o estilo de vida, incluindo controle de peso por medidas nutricionais e uma advertência para a mudança dos hábitos, inclusive a manutenção do peso e práticas para controlar o estresse. A Clínica Nutricional sugere em seus tratamentos a inclusão de exercícios físicos regulares, ioga, tai shi e chi kun e mudança dos hábitos alimentares sob orientação especializada. Por hoje, é só.

Categoryradio