SUPER RÁDIO FM 89,9 MHZ – DOMINGOS às 11:00hs e com reprise às 22:00hs – TEXTO (na íntegra) apresentado em 17 de fevereiro de 2008

Um artigo publicado nos Annals of Internal Medicine, em Novembro de 2007, descreve o resultado de um estudo altamente revelador: o uso da fosfatidilcolina foi superior a um placebo, ou remédio aparentemente sem ação terapêutica em pacientes, cujo tratamento se mostrou resistente com o uso de drogas imunosupressoras e corticóides. Aliás, os imunossupressores como a azatioprina são recomendados em preferência aos corticóides em face dos riscos e efeitos colaterais inerentes ao uso dessa terapia, mas com a ressalva de ser a opção restante quando o tratamento não responde à terapia. A fosfatidilcolina é uma forma da colina, que é uma vitamina do complexo B, que naturalmente ocorre na lecitina. Por sinal, um nível insuficiente de fosfatidilcolina no muco do colo ou intestino grosso tem sido apontado como um fator na origem da colite ulcerativa. Os pesquisadores da Universidade de Heldelberg, na Alemanha, fizeram um estudo duplo-cego e randomizado administrando 500mg de fosfatidilcolina quatro vezes por dia ou um placebo, em 60 pacientes de colite ulcerativa, nos quais a atividade patológica da doença ulcerativa intestinal persistia a despeito do emprego de medicação corticóide por tempo prolongado ou ainda quando a terapia imunosupressora tinha sido inoperante ou houve intolerância pelos efeitos colaterais. O remédio era administrado em cápsulas com desintegração no intestino distal, justamente a porção intestinal que é afetada pela colite ulcerativa. É digno de nota que justamente 3 dos 30 pacientes do grupo placebo foram bem sucedidos em suspender o tratamento com corticóides e demonstraram melhora da atividade clínica do problema. Todavia, 50% do grupo que recebeu a fosfatidilcolina obteve os mesmos resultados de melhora e pôde suspender a terapia com corticóides sem agravamento da doença. Segundo o estudo, a fosfatidilcolina substituiu os esteróides em 80% dos pacientes portadores de colite ulcerativa crônica rebelde ao uso de corticóides e não tiveram deterioração da doença com a suspensão dos esteróides.Também a pesquisa mostrou o mesmo resultado no uso da fosfatidilcolina e as drogas imunosupressoras. Segundo o chefe do estudo Wolfgang Stremmel, se os resultados forem confirmados em estudo multicêntrico, a fosfatidilcolina com absorção retardada pode ser uma valiosa opção de tratamento para a colite ulcerativa e um fator de melhor compreensão do processo patológico. No tocante à colite ulcerativa, trata-se de uma patologia do colo que produz crises de diarréia sanguinolenta, cólicas abdominais e febre. Diferente da doença de Crohn, a colite ulcerativa geralmente não afeta totalmente a espessura intestinal e nunca compromete o intestino delgado, geralmente se iniciando no reto ou no colo sigmóide de onde se expande para outras partes do intestino grosso. Os corticóides como a prednisona e a hidrocortisona reduzem a inflamação e podem ser usados para os casos mais graves de colite ulcerativa para tentar o efeito da remissão da doença e podem ser dados por via oral, intravenosa ou retal. Todavia, causam efeitos colaterais como hipertensão arterial, acne, pelo facial e mudanças do humor. Os corticóides não são indicados para uso prolongado sendo substituídos por drogas imunosupressoras quando for induzida a remissão da doença. A glutamina, que é um aminoácido frequentemente usado nos esportes e como suplemento da atividade física, também pode modular o sistema imunitário e proteger a camada protetora da mucosa intestinal. A Clínica Nutricional tem longa experiência com o uso de suplementos como a fosfatidilcolina, fosfatidilserina e a glutamina, ambas indicadas para diversas áreas da medicina preventiva e antienvelhecimento. Por hoje é só e até o próximo programa.

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