SUPER RÁDIO FM 89,9 MHZ – DOMINGOS às 11:00hs e com reprise às 22:00hs– TEXTO (na íntegra) apresentado em 23 de Março de 2008
Saiu na revista Archives of Internal Medicine de 10 de Março de 2008 um estudo de pesquisadores do Instituto Karolinska da Suecia, revelando um fato surpreendente: os fumantes podem adquirir alguma proteção contra o derrame cerebral mediante o consumo abundante de magnésio. A pesquisa em pauta incluiu 26.556 participantes no estudo de prevenção do câncer com a vitamina E(alfatocoferol) e o betacaroteno, incluindo um estudo randomizado e duplo cego que testou a capacidade preventiva do alfatocoferol ou o beta caroteno para o câncer do pulmão em fumantes idosos finlandeses. Mediante questionários administrados no início do estudo foram avaliados também a ingestão do cálcio, do magnésio e do potássio. Questionários sobre a ingestão de alimentos foram avaliados para a ingestão desses nutrientes sendo que os homens foram observados durante uma média de 13,6 anos, período em que foram observados 2.702 tromboses cerebrais, 383 hemorragias cerebrais, 196 hemorragias subaracnóideas e 84 tipos de acidente vascular cerebral não pertinentes aos grupos citados. A diretora do estudo, Dra Susanna C. Larsson e cols verificaram que os participantes cuja ingestão de magnésio era maior, ou seja em torno de 589mg por dia, tiveram um risco 15 vezes por cento menor de desenvolver trombose cerebral, a forma mais freqüente de AVC do que aqueles que consumiam cerca de 373 mg diários de magnésio. Aparentemente os homens abaixo de 60 anos pareciam obter maiores benefícios com a ingestão desse mineral. Aliás, embora a ingestão de potássio também seja associada com um menor risco de derrame cerebral, o ajustamento de vários fatores estatísticos reduziu o significado dessa correlação. Na sua introdução ao artigo, a Dra Larsson aponta que a hipertensão arterial é qualificada como um fator de risco para o derrame cerebral e os nutrientes que reduzem os níveis pressóricos podem modificar esse fator de risco do AVC , como foi confirmado em um estudo estatístico com meta- análise em relação ao magnésio.Também foi verificado em um estudo experimental em ratos diabéticos que o magnésio tem efeitos benéficos sobre o teor de glicose no sangue, os triglicerídios, o HDL, o LDL e o colesterol total. Além disso, o nutriente magnésio está ligado à redução dos marcadores de inflamação e da denominada disfunção endotelial, assim como os níveis da insulina basal e da glicemia. Por falar nisso, a disfunção endotelial, pode ser definida como o conjunto de alterações do funcionamento da camada interna dos vasos e tem sido apontada como um das áreas mais críticas para o desenvolvimento do processo arteriosclerótico que leva finalmente à obstrução das artérias. Justamente pelo fato de que a suplementação de magnésio está correlacionada tanto com a redução de risco do diabetes tipo 2, que também pode ser um fator predisponente ao derrame cerebral, parte dos efeitos do magnésio podem ser devidos à sua atividade antidiabética e corretiva da disfunção endotelial. A Clínica Nutricional dispõe de amplo conhecimento sobre a suplementação do magnésio, fruto de várias pesquisas realizadas há mais de 30 anos em residentes de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, em que se constatou que uma grande percentagem de pessoas consideradas normais eram portadoras de grande deficiência de magnésio e portanto, sujeitas a um alto risco de derrames cerebrais e ataques cardíacos. Por hoje é só.