SUPER RÁDIO FM 89,9MHZ – AOS DOMINGOS 11:00H e com reprise 22:00H – TEXTO (na íntegra) apresentado em 12 de Novembro de 2006.

Os Ácidos Graxos ômega 3 podem melhorar o funcionamento cerebral pelo efeito sobre o fluxo sanguíneo do cérebro, e foi confirmado cientificamente que a deficiência de Omega 3 produz falhas na irrigação sanguínea cerebral de animais experimentais. Por falar nisso, ocorre em alguns pacientes portadores de depressão uma alteração do fluxo sanguíneo cerebral em algumas regiões encefálicas, conforme foi evidenciado nos trabalhos, respectivamente, de EF Elis e cols publicado no Am J Physiol, de Maio de 1992, referentes tanto ao estudo da microcirculação cerebral sob a ação do ômega 3 e de SH Kennedy, et al., como o estudo da neuroimagem funcional nos distúrbios do humor e da depressão com uma técnica mais sofisficada, a PET- tomografia de emissão de pósitrons, em um trabalho publicado no Can J Psychiatry, em Junho de 1997. Um fato digno de nota é a deficiência de ômega 3 ter sido correlacionada com níveis baixos de fosfatidilserina, uma importante substância necessária à fisiologia cerebral que tem um importante significado como ativador da memória e dotado de efeitos antidepressivos. Em suma, a fosfatidilserina é um nutriente ativador da função cerebral sobretudo como preventivo dos déficits de memória que ocorrem com o avanço da idade, segundo uma pesquisa clínica italiana, com rigoroso controle duplo cego e de placebo, de T. Cennachi e cols, publicada em Abril de 1993, na revista Aging. No tocante ao ômega 3 , a sua deficiência pode comprometer a função cerebral justamente pela ativação do fenômeno da inflamação envolvendo o cérebro, como aliás ocorre com várias doenças degenerativas como o câncer, o diabetes, a artrite e as doenças cardíacas, que comumente se associam à depressão na prática médica, às quais desencadeiam processos inflamatórios locais e difusos. Vale dizer que a inflamação libera certos agentes como as citocinas, de que falamos em programas anteriores, e que tem importância nos quadros de depressão. É ponto pacífico que o ômega 3 tem uma forte ação inibitória sobre a cascata de produção dos fenômenos inflamatórios, fato que explica a reconhecida ação anti-depressiva. Um dado interessante, registrado em trabalho recente de WL Smith, de Abril de 2005, publicado no Curr Opi Cell Biol, aponta que as drogas antiinflamatórias convencionais podem ser promissoras quando usadas como antidepressivos, todavia, o ômega 3 tem a indiscutível vantagem pela escassez de efeitos colaterais. É importante lembrar que o estudo mais abrangente e dispendioso, patrocinado recentemente pelo governo dos EUA, de autoria de DR Rubinov e publicado no N Eng J Med, em Março de 2006, referente ao uso dos antidepressivos Zoloft, Effexor, Wellbutrin e Celexa, revelou que houve benefícios em apenas 50 % dos pacientes tratados, dando ensejo a muitos médicos e pesquisadores levantarem a questão de reavaliar a terapêutica convencional para esse campo das doenças mentais. Vale lembrar que os antidepressivos convencionais estão ligados a efeitos colaterais como náuseas, vômitos, tonteiras e sonolência e, isolados, estão longe de resolver o problema da depressão. Como se sabe, um tipo do ômega 3, o alfalinolênico, presente nos óleos de linhaça e de nozes, quando ingerido, apenas 5-15% são convertidos pelo organismo humano no ácido graxo DHA, componente do ômega 3, restando o óleo de peixe tradicional como a fonte mais confiável desses ácidos graxos essenciais, imprescindíveis para a fisiologia cerebral. À luz desse suporte científico, a Clínica Nutricional dispõe do ômega 3 intra venoso, para casos pós-traumáticos, pós-cirúrgicos gerais, e como coadjuvante dos tratamentos oncológicos e das artrites, AVC, depressão e diversas patologias de origem inflamatóriosões. Por hoje, é só.

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