Programa apresentado em 09 de Novembro de 2008
SUPER RÁDIO FM –
Todos os domingos 11h00minh e 22h00minhs

O número do Journal of de the American College of Cardiology de 28 de Outubro de 2008 publicou um estudo da Nova Zelândia, que revelou que os níveis de coenzima Q10 (CoQ10) podem ser um indicador de sobrevivência em pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Aliás, a Coenzima Q10 é uma substância que existe em todas as células, onde desempenha o papel de gerar energia. As pesquisas têm demonstrado que níveis baixos desta coenzima podem piorar a insuficiência cardíaca crônica. O estudo em tela avaliou 236 pacientes cardíacos com média de 77 anos de idade, admitidos no Christchurch Hospital. Foram feitas análises de sangue para Coenzima Q10, colesterol e outros fatores. Os pacientes foram observados durante um período médio de 5,75 anos e durante o qual ocorreram 76 mortes. O nível médio de Coenzima Q10 no plasma dos participantes do ensaio clínico foi de 0,68 mmol/L. Um ano após o início do estudo verificou-se que 29 dos pacientes que não sobreviveram tinham níveis mais baixos de Coenzima Q10 em comparação com os pacientes sobreviventes. Durante todo o período do estudo, 39% dos pacientes com níveis de CoQ10 inferiores a 0,73mmol/L faleceram comparados com os integrantes do estudo que exibiam níveis mais altos. Feita a análise estatística multivariada, verificou-se que níveis plasmáticos de CoQ10 acima do nível médio de 0,73mmol/L se revelaram como um indicador independente de sobrevivência.

As estatinas são remédios para reduzir o colesterol e seu uso é proposto como fator de baixa de risco de mortalidade para os pacientes de insuficiência cardíaca. No entanto os pacientes do estudo com níveis mais altos de CoQ10 não estavam em uso de drogas da classe de estatinas, e não pôde ser confirmado estatisticamente que a terapia com estatina esteve associada com aumento da mortalidade. Não obstante, essa conclusão, os autores sugerem que a falha de um recente estudo de uma estatina, cujo nome comercial é Crestor e o genérico é a rosuvastatina, visando reduzir o risco de eventos vasculares graves em pacientes de insuficiência cardíaca pode ser devido à redução dos níveis de CoQ10, e isso sim, compromete os possíveis benefícios do medicamento.

A CoQ10 tem sido tema de nossas pesquisas há mais de 25 anos e a Clínica Nutricional solicita a análise de todos os pacientes acima de 50 anos, sobretudo com o diagnóstico de insuficiência cardíaca e com uso de estatinas. Felizmente o mercado ainda dispõe de CoQ10 para esses casos e o resultado tem sido muito satisfatório, após a correção dos níveis declinantes de CoQ10. Por hoje e só e até o próximo programa.

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